O presidente do Observatório Permanente do Instituto da Adopção defendeu, esta terça-feira, que a adopção em Portugal está a ser um sucesso, pois cada vez mais crianças em instituições ficam em condições de ser adoptadas. No Parlamento, Guilherme de Oliveira explicou que as mudanças na lei e a aposta na formação dos médicos estão a ajudar às melhorias que se estão a verificar na área da adopção, até porque anteriormente as crianças institucionalizadas não estavam lá para ser adoptadas. Este responsável adiantou ainda que as coisas melhoram ao ponto de a adopção ter deixado de ser agora um tema de «lamuria nacional» para ser um caso de sucesso. Contudo, perante a Comissão de Ética, Sociedade e Cultura, alguns pais adoptivos não deram um testemunho diferente do de Guilherme de Oliveira, uma vez que para estes a adopção de uma criança não é um “mar de rosas”. Patrícia Macedo admitiu que agora os técnicos poderão ser mais simpáticos que há alguns anos quando adoptou a sua primeira criança, uma opinião que foi partilhada por um outro pai que se deslocou ao Parlamento. Para estes país, para além desta situação, pouco ou nada mudou nos últimos dez anos, já que os processos relativos à adopção normalmente são demorados e não incluem grandes explicações aos candidatos à adopção. Guilherme de Oliveira contrapôs a estes testemunhos o facto de haver agora 800 crianças adoptáveis contra as 300 de há três ou quatro anos, uma situação que, para si, permite aferir o seu sucesso da adopção em Portugal. O presidente do refúgio Aboim Ascenção disse que compreende o balanço feito pelo presidente do Observatório Permanente do Instituto da Adopção, mas lembrou que o caminho ainda é longo para diminuir o número de crianças à espera de família. Ouvido pela TSF, Luís Villas-Boas lembrou o número de crianças há muitos anos ainda nos hospitais, um a situação que tem vindo a denunciar e recordou a necessidade de uma melhor articulação entre Serviços de Protecção, hospitais e tribunais. «E há necessidade, de uma vez por todas, haver um Serviço Nacional de Emergência Infantil e não haver os Centros de Acolhimento desgarrados que há no país, a maior parte deles sem qualquer capacidade técnica e dependentes de estruturas maiores que também não a têm», acrescentou.
Sem comentários:
Enviar um comentário