Com o acentuar da crise, os portugueses têm vindo a sentir mais dificuldade em pagar os créditos. Em apenas um ano, os calotes de empresas e particulares à Banca atingiram os sete mil milhões de euros, mais 2,6 mil milhões do que em Abril de 2008. Na prática, o malparado subiu 7,2 milhões de euros/dia. Segundo dados do Banco de Portugal, em Abril deste ano os particulares deviam aos bancos 105,5 mil milhões de euros, dos quais 3,3 eram referentes a cobrança duvidosa. O incumprimento aumentou 2,3 milhões de euros por dia, sobretudo devido às dificuldades em garantir o pagamento do empréstimo da casa. Na habitação, o malparado subiu um milhão por dia face ao mesmo mês de 2008. O cenário piorou ainda mais no tecido empresarial do País. Olhando para os números, em Abril as empresas deviam à Banca 117,3 mil milhões de euros (mais dez milhões do que há um ano). Num ano, o valor do malparado das empresas nacionais subiu quase para o dobro: de apenas 1,93 para 3,7 mil milhões de euros. Feitas as contas, os calotes dos empresários aumentaram quase 4,9 milhões de euros por dia. Para esta subida contribuiu fortemente o sector da construção civil, que também quase duplicou o valor da cobrança duvidosa. Há um ano as empresas desta área registavam um incumprimento de 604 milhões, valor que disparou para 1,13 mil milhões em Abril deste ano. Os calotes aumentaram 526 milhões num ano, o equivalente a 1,44 milhões de euros por dia. Com a economia a contrair e a confiança em baixa, o imobiliário foi, a par da construção, outro sector a penalizar o nível de cobrança duvidosa. O malparado subiu de 375 para 986 milhões, ou seja, mais 1,67 milhões por dia. Os dados do Banco de Portugal mostram também que o valor do crédito atribuído não diminuiu. Num ano, os bancos emprestaram mais 2,4 mil milhões aos particulares e dez mil milhões às empresas.
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