Eleição para Provedor voltou a falhar

Nenhum dos candidatos teve hoje a maioria de dois terços dos votos dos deputados, obrigatória para eleger um novo Provedor de Justiça. Jorge Miranda (apoiado pelo PS) teve 129 votos, Maria da Glória Garcia (pelo PSD), teve 63. Votaram 221 deputados, teriam sido necessários 147 votos para garantir a eleição. Na reacção a estes resultados, PS e PSD culparam-se mutuamente pelo fracasso na eleição de um sucessor para Nascimento Rodrigues – o actual Provedor, que já terminou o mandato há cerca de um ano. A escolha do Provedor de Justiça volta agora à estaca zero. Para que se encontre um novo titular para a Provedoria terá de ser aberto novo processo de eleição na Assembleia da República. Muito embora todos os partidos se tenham mostrado hoje disponíveis para procurar uma solução de consenso, que permita ultrapassar este impasse, dificilmente isso será conseguido ainda nesta sessão legislativa (que termina a meio de Julho). Ou seja, a escolha de novo Provedor, que já leva praticamente um ano de atraso, poderá ainda arrastar-se por vários meses. Hoje, o líder parlamentar do PS, Alberto Martins, deixou antever que os socialistas pretendem insistir no nome do constitucionalista Jorge Miranda: “É um nome muito forte para qualquer solução no futuro”.

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