Depois de ontem os partidos terem falhado mais uma eleição para o cargo de provedor de Justiça, Nascimento Rodrigues avisou alguns dos seus colaboradores mais próximos que, "na próxima semana", iria "tomar uma posição". Ontem mesmo, o Gabinete do provedor - que há dez meses ultrapassou o prazo do seu segundo mandato e está doente - pediu audiências a Cavaco Silva e a Jaime Gama. Vai renunciar por considerar que se encontra "numa situação insustentável". Numa declaração ao Expresso, Nascimento Rodrigues pediu: "Compreendam o meu silêncio neste momento", explicando que solicitou audiências ao Presidente da República - "dada a minha condição de membro do Conselho de Estado " - e a Jaime Gama - "dada a ligação do provedor ao Parlamento". "É a eles que devo, em primeiro lugar, comunicar a minha posição no difícil contexto que me foi criado". O silêncio de Nascimento Rodrigues e a recusa em confirmar a decisão de renúncia "é uma questão de respeito pelas instituições de que o provedor não abdica", disse ao Expresso um membro do seu Gabinete. A decisão, porém, está tomada. No depoimento ao Expresso, Nascimento Rodrigues lembra que "por várias vezes" chamou publicamente a atenção "para o facto de o penoso arrastamento" do processo de substituição do provedor "ser descredibilizante para todos". Recorda ainda os apelos feitos ao presidente da AR e à conferência de líderes, assim como "regista" as declarações de deputados que admitem que "só na próxima legislatura seria viável retomar-se o processo da sua substituição". E conclui: " Não diria que o futuro é cor-de-rosa..."
Noticia Expresso
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