SEF alerta para fuga a impostos das casas de alterne

O Sindicato das Carreiras de Investigação e Fiscalização do SEF denunciou, este domingo, que o dinheiro ilegal realizado em apenas um ano nas casas de alterne de Portugal daria para pagar a nova auto-estrada entre Amarante e Bragança.
O presidente do sindicato, Gonçalo Rodrigues, referiu no final do Congresso do Sindicato das Carreiras de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), em Bragança, que esta é «a maior vergonha do Estado». Gonçalo Rodrigues abordou esta problemática, defendendo a necessidade de o Governo regulamentar a actividade das casas de alterne para acabar com o que apelida dos «abutres do dinheiro».
Segundo disse, existem em Portugal cerca de mil casas de alterne que exploram entre 30 a 40 mil mulheres ilegais. O presidente do sindicato estima que «num só ano, os impostos não liquidados, que não passam pelos crivos do Estado, davam para pagar a auto-estrada entre Amarante e Bragança». O SEF actua nos casos de permanência ilegal no país das cidadãs estrangeiras e no passado geraram-se mesmo «situações de grande injustiça», segundo Gonçalo Rodrigues. «As mulheres não praticam os crimes, são vítimas, são um instrumento de trabalho desprestigiado, e durante muito tempo a actuação das forças policias era apenas sobre elas», disse. Desde 2001, que a actuação é também sobre a entidade patronal, que fica sujeita a coimas superiores a dois mil euros por cada trabalhador estrangeiro encontrado em situação ilegal.
«Mas ninguém actua sobre o dinheiros que ali circulam e a actividade», reiterou. O congresso do sindicato do SEF decorreu numa cidade que teve projecção internacional, há seis anos, devido à actividade das casas de alterne denunciada pelo auto-intitulado movimento "Mães de Bragança".

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